sobre ramal da Lousã
Urge iniciar as obras<br>de reposição
O início urgente, ainda no decurso de 2017, das obras para a «reposição, modernização e electrificação» do ramal ferroviário da Lousã, é reclamado num projecto de resolução do PCP recentemente aprovado por todas as bancadas do Parlamento à excepção do PS, que votou contra.
A voz da população encontra eco nas propostas do PCP
Aprovado com a mesma votação foi ainda um diploma idêntico do PEV, ao passo que um outro sobre a mesma matéria, do BE, passou também mas com os votos contra do PCP e PEV em três dos quatro pontos e os votos favoráveis ou abstenção das restantes bancadas.
A separar os diplomas avulta sobretudo o facto de, enquanto o PCP defende a extinção da Metro Mondego, o BE não o faz e, pelo contrário, recomenda ao Governo que sejam criadas as «condições necessárias para o reinício» dos trabalhos, ainda este ano ou no próximo, com «prioridade absoluta» à linha suburbana que unia Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, desde 1906, e que foi encerrada para obras em 2010.
«A voz da população encontra eco naquilo que são as propostas do PCP», declarou a deputada comunista Ana Mesquita ao apresentar o diploma da sua bancada em debate realizado na antevéspera, no decurso do qual recordou esse outro projecto de resolução aprovado há quase um ano onde se recomendava a «extinção da Metro Mondego, SA», a «devolução do seu património ao domínio público ferroviário e municipal», a «reposição, modernização e electrificação da linha do ramal ferroviário da Lousã».
Na presença das centenas de pessoas que vindas da Lousã, Miranda do Corvo e de Coimbra assistiram aos trabalhos das galerias do hemiciclo, a quem saudou pela luta persistente pelo direito à mobilidade, a parlamentar comunista afirmou a rejeição da sua bancada a quaisquer soluções que «contrariem o que já foi aprovado» ou que tentem «ressuscitar ou reabilitar» o projecto que levou ao desmantelamento do ramal ferroviário da Lousã.
«A opção por uma solução ligeira e não pela ferrovia não se adequa às características da região e às necessidades dos utentes porque seria mais cara para estes utentes, seria mais lenta, não teria capacidade de transporte de mercadorias e seria, por isso mesmo, menos amiga do ambiente e não estabeleceria, além disso, a ligação à rede ferroviária nacional», explicou, sintetizando as razões da população, que o PCP faz suas.